quarta-feira, 14 de janeiro de 2009



Escondido

É fácil perder um momento,
Arrumar a cama num vazio,
Tapear de paixões
E vê-lo não envelhecer com o tempo...

Difícil é dormir sem sonhos,
Jogar apostas a mercê do vento,
Depois tapá-las dos olhos com um lenço...

Já fiz de tudo e não me esqueci...
Posso imaginar...
Mas não posso deixá-lo ficar,
Perdido e carente de me calar.

Mr. K.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008



Olá...

Você sabe o quanto és especial para mim,
quero que este carinho esteja sempre claro,
a brilhar como as estrelas em uma noite de verão...
Mas duradouro como ciclo em que renasce a primavera,
Ela que dá vida e perfume único a cada flor.

Que as conseqüências antes de tudo sejam livres
para serem sinceras e fortes diante do mundo.
Você sabe que eu te adoro demais...
E com base nessa amizade tão gostosa,
saiba que estou aqui nos tempos bons e ruins...

... Da vida.

Hades Pierrot

quarta-feira, 27 de agosto de 2008



O Bêbado.

Estou bêbado e pouco me lembro do curto começo, do estilhaço dos copos ou da solidão, apenas segui o fluxo do grande metrô de São Paulo e acabei por capengar pobres passos no que fiz de destino. No meio de tantas pessoas, em um assento coloquei todo o peso dos ombros, ao lado de dois jovens acomodei meus lamentos, servi como pratos com bolo o vazio daquele momento.
Briguei com a família, e desejo da boemia a compreensão e o consolo de mais um dia. Com este hálito alcoólico, na gentileza com a qual desabafava, supria também a necessidade de companhia... No encontro deixei sinceridade ao invés de malicias, e na despedida larguei uma bala em mãos estranhas... A hortelã que julguei envenenada, assim como meu peito que por dentro é encharcado de cachaça, o fruto de uma lembrança contemporânea.

Mr. K. Silence.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008



Viver a Noite e Perder os Dias.

De tão notívago mal me lembro das cores do dia,
Do pouco que fiz... Hoje respiro toda a água do mar...
Nunca pisei na areia, nunca estive no litoral,
Nadei só por anos a fio...
Detive-me apenas ao sal das lágrimas que caíram.

Deste sabor me envenenei...
Para nunca limitar a dose pude então acordar...
Quando finalmente levantei das sombras, não houve despertar...
Percebi um reflexo tão pequeno que quase não se nota...
A cidade cresceu e hoje é grande só de se olhar...
Pequena de se viver como portos sem barcos ou gotas d’água.

Pagou um preço tão alto que agora é cinza,
O tempo ficou tão curto que o futuro nem nasce, já cai verde...
A estrada é absurda e bêbada, afogada em buracos onde não há destino...
Feixes de luz vagam, mas de tantos, poucos justificam a física.
No meio de tanto concreto, vida quase não se sustenta...
Só é raiar do Sol aquele que penetra a pedra
Se segura firme para que não se levem leves, os outros...
Para nunca deixar que fechem as portas para os novos.

Hades Pierrot

segunda-feira, 28 de julho de 2008



Chocolate

O barulho do papel de chocolate é dourado,
Colocado entre os teus lábios, o sabor...
Que arrancou um gemido de satisfação,
Do qual nunca o fez por sentimento de amor.

O barulho do papel de chocolate é a canção,
Quando toca fere o silêncio, mas não desvia meu olhar,
Não me faz pensar em outra coisa se não no teu sabor,
Do qual me alimentei tanto de amor.

Hades Pierrot

sexta-feira, 11 de julho de 2008



Entre a Ambição e a Fome

Onde tudo pode acontecer,
Será que nem o limite há de ser livre?
Ou não se sabe?
A lã da vida segue... E nós somos apenas lugares.
Por que do desejo de responder,
Vem essa incessante tara por sofrer?
Só para ser feliz, arriscar um Talvez?
Onde há de tudo é que pouco toma jeito,
É quem tem de tudo que levanta o peito na frente dos olhos,
Mas daquilo que se come, nada mata a fome.
Daquilo que se bebe fica a sede...
Onde tudo pode nada acontece.

Hades Pierrot

segunda-feira, 7 de julho de 2008



Teatro

Quando atuo na vida o teatro me prega peças,
Se me vejo só, o que faço se não caminhar sobre prosas,
O que encontro se não um altar banhado de histórias...
A própria natureza que é meu palco
E eu que sou só inteiro, sou de todas as outras coisas...
A própria destreza que me acolhe me dá certezas,
Sou alimento como todas as pessoas,
Sou cheio de escolhas e poesias...

Hades Pierrot