segunda-feira, 28 de julho de 2008



Chocolate

O barulho do papel de chocolate é dourado,
Colocado entre os teus lábios, o sabor...
Que arrancou um gemido de satisfação,
Do qual nunca o fez por sentimento de amor.

O barulho do papel de chocolate é a canção,
Quando toca fere o silêncio, mas não desvia meu olhar,
Não me faz pensar em outra coisa se não no teu sabor,
Do qual me alimentei tanto de amor.

Hades Pierrot

sexta-feira, 11 de julho de 2008



Entre a Ambição e a Fome

Onde tudo pode acontecer,
Será que nem o limite há de ser livre?
Ou não se sabe?
A lã da vida segue... E nós somos apenas lugares.
Por que do desejo de responder,
Vem essa incessante tara por sofrer?
Só para ser feliz, arriscar um Talvez?
Onde há de tudo é que pouco toma jeito,
É quem tem de tudo que levanta o peito na frente dos olhos,
Mas daquilo que se come, nada mata a fome.
Daquilo que se bebe fica a sede...
Onde tudo pode nada acontece.

Hades Pierrot

segunda-feira, 7 de julho de 2008



Teatro

Quando atuo na vida o teatro me prega peças,
Se me vejo só, o que faço se não caminhar sobre prosas,
O que encontro se não um altar banhado de histórias...
A própria natureza que é meu palco
E eu que sou só inteiro, sou de todas as outras coisas...
A própria destreza que me acolhe me dá certezas,
Sou alimento como todas as pessoas,
Sou cheio de escolhas e poesias...

Hades Pierrot

domingo, 6 de julho de 2008



Flores

Flor não é toda perfume...
Cor não é só charme,
Seus caprichos não satisfazem,
Eles fazem amor,
Eles são vida, eles são coragem...

Um banho de rosas,
Uma margarida que leva a poesia,
Carrega nas pétalas a magia...
Sem elas os espinhos não teriam perdão,
E eu, perderia minha paixão.

As abelhas não tomariam o doce da vida,
O néctar se perderia no paladar...
Não poderia voar a liberdade
Nos cabelos soltos da mulher...
E eu, não saberia amar em plena flor da idade, a flor da pele.

Hades Pierrot


Tempo

O foco do emaranhado,
O dançar dos marcos,
O solto fiapo que voa o infinito...

Não tenho jeito,
Sempre me esqueço,
E quando volto passou o tempo...

O relógio não tem conserto,
O conserto não tem motivo,
Não tem carinho...

Mas bate dentro do peito
E foge cada vez mais para dentro,
A razão que dá lugar ao sentimento.

Hades Pierrot

sexta-feira, 4 de julho de 2008



Caminhos

A rua segue o infinito que meus olhos não tocam...
O sonho caminha ao lado da minha solidão...
Mesmo calados não se misturam,
A dor dos meus lábios carnudos e gelados,
Esperam-lhe por algo que não sei...

Atravesso o som do silêncio
E não o encontro na paisagem que criei
Os tons de azul que aos compassos derramei...
Fechei as outras páginas que estavam abertas,
Misturam-se ao vôo da canção que não silenciei...

Tudo o que deixei parece que me segue no tempo,
Que me cega nos passos...
E sigo na contramão para fugir dos abismos
Que cegam minhas indecisões...
E tramam o próximo capitulo desse romance libido e mundano.

Mariah Lacerda & Hades Pierrot

quinta-feira, 3 de julho de 2008



Exaustão

Aos passos sutis, sobre o azulejo gelado,
Caio de joelhos sobre o tom apagado do escombro...
Deito no chão e caído sinto o alivio,
Do frio que leva o meu mal estar...
Desse “estar” que tiro de um momento,
Dessa morte que sofro,
Vendo o reflexo do meu rosto sobre esse chão,
Até que a luz se apague de exaustão...
E revele o escravo do mundo entregue ao futuro.

Hades Pierrot