terça-feira, 12 de fevereiro de 2008



Batom vermelho

Curvas leves como aguadas de aquarela,
Azuladas e calmas...
No papel branquinho feito leite, pinceladas na alma.
Delicadas bailarinas rosadas e uma espontaneidade poderosa,
O mistério de uma flor fantástica, disfarçada, que é na verdade musa,
Descanso de mulher satisfeita após a excitação mais perigosa.

A vida é formosa em seu corpo brilhante, perfumado em pétalas.
Do céu tranqüilo um mundaréu de encantos e aventuras,
A forma precisa como contorna a carne de meus lábios,
Do tom pastel a vermelhos mais saturados,
Versos e profundos frutos, mágicos mergulhos intensos no sabor do seu batom,
Recados abstratos dedicados à saudade e entregues aos ventos que negam o autor...

Uma bagunça engraçada com as tintas e me pinto todo...
Não é tanta assim a lembrança, só prazer na romântica plenitude da poesia,
Além da pureza dinâmica é para ti a natureza da arte que fascina.
A surpresa dos seus olhos sempre abertos à inocência,
O bailar da cor molhada, os cílios longos e delineados pelo brilho do dia mais bonito.
A insinuação de que o som da chuva é a música que toca quando lembramos do passado.

Hades Pierrot

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