domingo, 17 de fevereiro de 2008



Porta aberta

Deitado em meu leito,
Opero meus paradoxos intuitivos...
Não os de morte,
Apenas os borrões de despojo.

As velas acesas em minha cabeceira
Escorrem da exclusividade de serem tão românticas,
As luzes que parecem sair da minha retina,
Não são líricas e sim os faróis da tragédia.

Que tortura me espera?
A excitação da parafina com tua chama?
Prefiro o ranger sombrio da janela
Ao toque desesperador que aguça minha insônia.

A terra dos sonhos sedada em meu peito
Serve de porta para sentir-se apedrejado por dentro,
Aqui o medo não salva,
Muito menos manda ajuda para abrigar-se da chuva.

A confusão que faço entre a noite
E a escuridão do meu quarto, me incomoda.
A voz que ouço feito agulha, imagino ser agonia...
Pois faz com que oscile minha música guia.

O meu passado sadio pula o presente,
E a cada dia revela um salto para um futuro mais louco,
Sinto-me um macaco trancado pela valia no zoológico,
Quando digo tudo isso a alguém que lê até o ultimo verso.

Cada segundo de vida me sufoca,
Este grito de socorro não importa,
Uma poesia antiga,
Escrita por um toco de lápis sem marca.

O valor de tudo isso será pago,
O que não será apagado é o que não tem preço,
Não tenho dinheiro,
Nem sei o que eu faço.

Hades Pierrot

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